Crianças e professor cuidando de horta escolar no pátio da escola, com vegetais e frutas frescas

Falar de alimentação nas escolas é abrir espaço para histórias, memórias e, às vezes, polêmicas. Quando pensamos nas refeições que preenchem o tempo do recreio de milhões de crianças e adolescentes brasileiros, estamos conversando não só sobre comida, mas sobre saúde, aprendizado, cultura e até sobre o futuro do nosso país. Algumas lembranças vêm à tona: o cheirinho do feijão fresco, os olhos desconfiados diante de uma salada nova, a fila organizada – ou nem tanto – na porta da cozinha. Conheça nosso curso de alimentação escolar.

Será mesmo que tudo isso faz diferença? Os dados dizem que sim. O debate sobre a alimentação escolar envolve desde políticas públicas e direitos sociais até a vontade, os medos e as preferências dos alunos. O que acontece na sala do lanche pode definir trajetórias. Afinal, de um lado, há o constante desafio do sobrepeso e das doenças crônicas; de outro, a falta de comida suficiente que ainda assombra muitas famílias. Entre esses extremos, está a oportunidade de ensinar, de envolver a comunidade, de transformar mentalidades.

Este guia discute essas transformações de forma ampla, trazendo experiências do Brasil e de fora, exemplos de boas práticas, a importância de hortas escolares, da agricultura familiar, dos nutricionistas, da manipulação adequada dos alimentos, sempre conectando tudo ao cotidiano das escolas. Você vai encontrar por aqui ideias capazes de inspirar ações simples e profundas, que crescem de verdade quando mães, pais, professores e gestores caminham juntos.

Pequenas escolhas à mesa importam sim.

Por que pensar (de verdade) na alimentação durante o período escolar

É fácil supor que a merenda é só um intervalo na rotina escolar. Para muitos, é a principal refeição do dia. Para outros, o primeiro contato com frutas ou verduras. Para uns poucos, é até um incômodo. Essa variedade é um retrato do Brasil: das diferenças regionais de sabor, renda, cultura.

O ambiente escolar supera a mera distribuição de comida. É espaço privilegiado para desenvolver hábitos alimentares saudáveis e fortalecer a segurança alimentar, segundo as evidências do Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Quando falamos de alimentação nas escolas, falamos sobretudo de:

  • Redução da desigualdade social e da ausência de nutrição adequada crianças e adolescentes;
  • Combate ao sobrepeso e à obesidade infantil – desafios mundiais, não apenas do Brasil;
  • Promoção da saúde coletiva no curto, médio e longo prazo;
  • Respeito e valorização das culturas alimentares locais;
  • Fortalecimento de cadeias produtivas de pequenos agricultores – a chamada agricultura familiar;
  • Educação e construção de escolhas conscientes, que vão além da sala de aula.

Um dado curioso: para quase 40 milhões de estudantes da rede pública brasileira, o que se aprende e se consome no refeitório da escola pode ser mais determinante para o futuro do que qualquer conteúdo curricular.

O que está em jogo: alimentação escolar e sua relação com saúde e aprendizado

A conexão entre alimentação e aprendizagem não é só teoria. Crianças mal alimentadas tendem a apresentar mais dificuldade de concentração, cansaço e até desinteresse nas atividades escolares. Por outro lado, refeições equilibradas favorecem o desenvolvimento intelectual, emocional e físico.

Criança sentada no pátio escolar com lancheira saudável colorida ao lado. Vários estudos já comprovaram: alunos melhor nutridos faltam menos, se envolvem mais e apresentam melhor rendimento – não só nas notas, mas no comportamento. Tal relação é reconhecida hoje como princípio de saúde pública, reforçando o papel das escolas na formação de cidadãos críticos e saudáveis.

Só que não basta servir qualquer prato. É preciso pensar em quantidade, qualidade e aceitação. Afinal, de pouco adianta um cardápio ultranutritivo se os alunos simplesmente rejeitam tudo aquilo. Construir pontes entre o que é ofertado e o que é consumido é um desafio prático – e também cultural.

Em países como o Japão, crianças participam do preparo ou da montagem das refeições. Isso gera engajamento, apropriação dos hábitos e, curiosamente, menos desperdício. Lá, o momento das refeições é entendido como parte do processo de ensino-aprendizagem.

A comida, na escola, ensina tanto quanto a lousa e o giz.

O papel dos programas públicos: PNAE como referência nacional

No Brasil, o PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar é considerado referência mundial na promoção da nutrição e políticas educacionais. Ele integra alimentação e educação nutricional, atendendo estudantes da educação básica pública de todo o país.

  • Mais de 40 milhões de estudantes beneficiados;
  • 150 mil escolas atendidas em todo o Brasil;
  • Pagamento de R$ 5,5 bilhões em 2023, com reajuste superior a 40% em vários estados;
  • Obrigatoriedade de no mínimo 30% dos recursos para compra de alimentos da agricultura familiar.

O PNAE vai além das refeições: ele garante ainda ações de educação alimentar e nutricional. O programa também exige que o cardápio seja elaborado por nutricionistas, conforme as necessidades de cada faixa etária, etapa e adequação regional, além de contemplar diversidades e respeitar restrições alimentares individuais.

De tempos em tempos, PNAE é questionado – especialmente sobre orçamento e logística. Mas, mesmo com desafios, o modelo brasileiro tem servido de exemplo para vários países da América Latina que buscam desenvolver soluções sustentáveis de combate à desnutrição e melhoria do ambiente escolar.

Funcionário prepara merenda escolar em cozinha industrial da escola. A transição nutricional e os novos desafios nas escolas

Nas últimas décadas, o padrão alimentar dos brasileiros mudou. Tal fenômeno é chamado de transição nutricional: menos comida natural e mais ultraprocessados, refrigerantes, salgadinhos, biscoitos recheados. Jovens são bombardeados por publicidade desses produtos. O resultado? Aumento dos índices de obesidade e doenças crônicas já na infância.

  • O consumo de frutas, legumes e verduras diminuiu significativamente entre crianças e adolescentes urbanos;
  • Alimentos industrializados ocupam cada vez mais espaço nas lancheiras e refeitórios escolares;
  • Os hábitos alimentares adquiridos na infância tendem a permanecer até a vida adulta.

Esse cenário exigiu uma resposta. Programas escolares passaram a valorizar cardápios frescos, orgânicos e regionais, além de incentivar práticas de educação nutricional e integração da comunidade no processo.

Mesmo assim, não é raro encontrar resistência dos próprios alunos diante de pratos diferentes dos que estão acostumados em casa. Pesquisas etnográficas nacionais demonstram, por exemplo, que alguns estudantes torcem o nariz para inhame no almoço ou resistem a sucos naturais no lugar de refrigerantes. A aceitação cresce, entretanto, quando a comunidade escolar participa da escolha e do preparo das receitas.

Mudanças alimentares são, antes de tudo, mudanças culturais.

O olhar atento das pesquisas: experiências, números e sentimentos

Entender a aceitação da alimentação escolar passa pelo estudo das rotinas dos alunos, das relações de afeto e rejeição em torno da comida. Pesquisas etnográficas mostram que as crianças refletem, na escola, muito do que vivenciam em casa. Quando frutas são oferecidas com regularidade nos dois ambientes, a chance de consumo aumenta.

Relatos de diretores e nutricionistas apontam que experimentar receitas típicas de cada região, apresentar os ingredientes de forma lúdica e promover pequenas degustações coletivas são estratégias que tendem a diminuir o estranhamento e ampliar a aceitação, inclusive de vegetais pouco conhecidos.

Alunos provando alimentos típicos regionais em uma mesa coletiva. Em alguns municípios do Nordeste, relatos mostram que o feijão verde e a macaxeira enfrentaram resistência inicial, mas hoje já representam parte da rotina alimentar dos estudantes. No Sul, o pinhão e o milho cozido conquistaram espaço. Em ambos os casos, o segredo foi dialogar com as famílias, ouvir experiências, promover rodas de conversa e valorizar a cultura alimentar local.

Outro ponto importante é a apresentação dos alimentos: saladas coloridas, cortes diferentes, nomes criativos. Às vezes, um nome divertido já aumenta a disposição de experimentar. Pequenos detalhes, grandes diferenças.

Educação nutricional: aprendendo a ler, comer e escolher

Oferecer boa alimentação é só parte da tarefa. Ensinar o estudante a reconhecer sua comida, identificar alimentos saudáveis e entender rótulos faz parte dessa caminhada. Um dos grandes desafios atualmente é fazer os jovens olharem além da embalagem chamativa que destaca “rico em vitaminas” ou “zero gordura”.

Dados sobre a rotulagem nutricional obrigatória no Brasil apontam que, mesmo consultando os rótulos, mais da metade das pessoas não entendem bem as informações. Apenas 23% leem os dados antes de comprar um produto. Surge aí outra função da escola: alfabetizar nutricionalmente.

  1. Aulas práticas sobre como ler rótulos e identificar ingredientes indesejados;
  2. Construção coletiva de cardápios saudáveis e receitas fáceis para fazer em casa;
  3. Oficinas culinárias, jogos educativos e campanhas internas.

Escolas que promovem feiras de troca de receitas saudáveis, concursos de saladas, gincanas nutricionais e rodas de debate incentivam os jovens a trocar experiências, vencer preconceitos e, de quebra, aprender um pouco sobre cidadania.

Crianças participam de oficina de educação nutricional em escola. Como a Unova Cursos pode ajudar nesse cenário

Capacitar professores, gestores e merendeiras faz toda a diferença para criar ambientes escolares realmente mais saudáveis. Plataformas como a Unova Cursos oferecem conteúdos gratuitos sobre nutrição escolar, manipulação segura de alimentos e saúde coletiva, formando profissionais capazes de multiplicar esses saberes no cotidiano escolar.

Se você quer se aprofundar no tema de nutrição e saúde coletiva, cursos online gratuitos podem contribuir muito para ampliar seu entendimento e aplicação dessas práticas nas escolas.

Hortas escolares: aprendizado, alimento e sentido de comunidade

Se há uma prática que une educação, saúde e sustentabilidade, é a horta escolar. O envolvimento com a terra, o contato com leguminosas, raízes e temperos locais, o trabalho em grupo, tudo isso fortalece não só a alimentação saudável, mas o vínculo dos alunos com o meio ambiente e com a própria escola.

  • Proporciona acesso a alimentos frescos e orgânicos;
  • Ensina conceitos de ecologia, reciclagem e respeito à natureza;
  • Incentiva a responsabilidade coletiva e o cuidado mútuo;
  • Serve de laboratório vivo para ciências, matemática, arte e até história.

Segundo estudos sobre agricultura urbana, estudantes envolvidos em hortas escolares consomem até 1,4 vezes mais frutas e vegetais do que colegas fora do programa e são mais propensos a atingir a meta de cinco porções diárias de frutas e verduras. No Brasil, inúmeros relatos confirmam os ganhos pedagógicos e nutricionais das crianças quando cultivam sua própria comida.

Alunos plantando e cuidando da horta escolar. O mais interessante é que muitos alunos levam para casa sementes, mudas e conhecimentos, estimulando a mudança de hábitos dentro das próprias famílias. Pais e responsáveis relatam que filhos passaram a cobrar salada na mesa e a recusar ultraprocessados após participarem de experiências na horta. É o círculo virtuoso da educação pelo exemplo.

O papel das famílias e da comunidade: ninguém educa sozinho

As escolas têm seu dever, mas família e comunidade são parte fundamental do processo. Onde há diálogo, visitas guiadas à cozinha da escola, reuniões sobre merenda, trocas de receitas e feiras de produtos locais, os resultados se mostram mais duradouros. A rejeição diminui, a aceitação aumenta, o desperdício cai.

Quando as famílias conhecem o cardápio escolar, participam da escolha dos ingredientes e sentem-se parte da construção desse ambiente, a valorização do alimento saudável ganha outra dimensão. Isso é ainda mais significativo em comunidades onde o acesso a esses produtos é limitado, e a escola se transforma quase em único espaço de educação alimentar.

A experiência de envolver todos – inclusive pequenos produtores locais e associações de bairro – amplia a variedade de sabores e fortalece as economias regionais. Em tempos de insegurança alimentar, receber alimentos diretamente da agricultura familiar transforma a merenda em política de inclusão e justiça social.

O que está no prato começa no campo e termina na roda de conversa da escola.

Valorização da agricultura familiar e da produção local

Políticas públicas como o PNAE promovem a ligação entre escolas e pequenos agricultores. Hoje, pelo menos 30% dos recursos destinados à merenda escolar precisam ser direcionados à agricultura familiar, fortalecendo economias regionais e reduzindo custos ambientais de transporte dos alimentos.

A nutricionista e pesquisadora Ana Paula Bortoletto Martins defende que priorizar a produção nacional, especialmente feita por agricultores familiares, é a melhor estratégia para garantir segurança alimentar no Brasil. Quando a escola compra diretamente do pequeno produtor e prepara refeições com ingredientes locais, incentiva a soberania alimentar e estimula a economia das comunidades.

Agricultor familiar entrega caixas de alimentos frescos à escola. Além disso, esses alimentos costumam ser mais frescos, variados e, muitas vezes, livres de agrotóxicos. Também respeitam a sazonalidade, o que é ótimo para o orçamento público e para a saúde dos alunos. A merenda, assim, sai da padronização nacional para se tornar inclusiva e respeitosa das tradições regionais.

Segurança alimentar: além da comida, o direito à dignidade

Segurança alimentar é um termo amplo, que ultrapassa a ausência de fome. Trata da garantia de acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades básicas. Significa também a garantia de escolha, respeito ao hábito alimentar, acesso à informação e ausência de discriminação.

Num país desigual como o Brasil, a escola é espaço de promoção de direitos. Crianças e adolescentes em situação de insegurança alimentar dependem, muitas vezes, da refeição servida diariamente na escola. Se não há comida, o risco de evasão escolar sobe. Se há monotonia ou baixa qualidade, o impacto sobre a saúde é imediato.

Crianças partilham uma refeição escolar nutritiva e colorida em um refeitório. Alimentar com qualidade é cuidar da dignidade do estudante. Significa que cada aluno pode aprender, brincar e sonhar sem medo ou vergonha de não ter o que comer. Segurança alimentar escolar é política de esperança, cujos resultados são vistos (ou sentidos) por décadas depois.

Combate à obesidade infantil: o desafio da contemporaneidade

Se antigamente a maior preocupação era a fome, hoje o excesso de peso e as doenças associadas ao consumo de alimentos ultraprocessados ocupam lugar de destaque nos debates em saúde pública. A obesidade infantil é decorrência direta da baixa ingestão de alimentos naturais e do excesso de açúcar, gordura e sódio.

  • Crianças obesas têm mais chance de se tornarem adultos obesos e desenvolverem hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares;
  • O ambiente escolar é palco privilegiado para a reversão de quadros de sobrepeso;
  • Políticas de alimentação associadas à atividade física são as melhores estratégias para o enfrentamento desse problema.

Moderar o consumo de ultraprocessados é um ato de prevenção, não de restrição pura e simples.

Boas práticas escolares incluem limitar a oferta de refrigerantes, doces, salgadinhos e priorizar o fornecimento de frutas, legumes, tubérculos, cereais integrais e proteínas magras. Tais escolhas fazem diferença tanto na balança quanto na disposição e no humor dos estudantes.

Boas práticas na manipulação e preparo de alimentos

Garantir a qualidade dos alimentos na escola depende, também, de quem prepara e serve a refeição. Manipuladores capacitados evitam contaminações, desperdícios e perdas nutricionais. Cada etapa – desde a chegada do alimento à escola até o último garfo do aluno – conta.

Entre os cuidados principais:

  • Lavar bem as mãos antes e durante o preparo dos alimentos;
  • Separar alimentos crus e cozidos para evitar contaminação cruzada;
  • Manter ambientes limpos e arejados;
  • Utilizar EPIs, como toucas, máscaras e aventais;
  • Controlar temperatura de cocção e armazenamento;
  • Descartar corretamente resíduos.

Tais práticas reforçam o que é ensinado em cursos de segurança do trabalho e saúde ocupacional, voltados também para ambientes escolares, protegendo alunos, funcionários e toda a comunidade.

Merendeira higieniza legumes na cozinha escolar. Quando manipuladores conhecem boas práticas e sentem-se valorizados pelo ambiente escolar, há menos desperdício e os hábitos alimentares dos alunos recebem influência positiva. Afinal, cozinhar para outro é também educar pelo exemplo.

O papel do nutricionista: ponte entre ciência e cotidiano

O cardápio escolar deve ser elaborado sob orientação de nutricionistas. É o profissional a quem se confia a adequação do valor nutricional, o respeito às necessidades e restrições, a variedade, o uso do orçamento e o diálogo com a equipe e as famílias. Porém, seu papel vai além das tabelas e fórmulas.

Cabe ao nutricionista:

  • Promover campanhas educativas, rodas de conversa e oficinas culinárias;
  • Explicar, de forma acessível, porque determinado ingrediente foi incluído ou excluído do cardápio;
  • Medir aceitação dos pratos por métodos práticos e dialogar com docentes e familiares sobre os resultados;
  • Atualizar-se constantemente sobre legislação, práticas sustentáveis e diretrizes do PNAE.

Cursos gratuitos como o de nutrição básica e saúde coletiva ajudam a formação desses profissionais, permitindo que respondam de modo criativo às novas demandas das escolas.

Entre o alimento e o estudante, há sempre um nutricionista construindo pontes.

Experiências internacionais: aprendizados e inspirações

Vários países têm buscado inovar na promoção da alimentação saudável nas escolas. A França prioriza ingredientes orgânicos nas merendas, enquanto a Dinamarca integra aulas de culinária prática ao currículo de ciências. Nos Estados Unidos, projetos de hortas escolares multiplicaram-se após o programa “Let’s Move”, chefiado pela ex-primeira-dama Michelle Obama, aumentar a atenção sobre obesidade infantil.

Algumas lições colhidas das experiências internacionais, complementadas por estudos nacionais:

  • Envolver os alunos no preparo e escolha dos alimentos traz melhores resultados do que apenas impor cardápios;
  • Diálogo constante com famílias e empregados da escola diminui rejeição e desperdícios;
  • Variedade cultural nas refeições aumenta a aceitação e aproxima escola da comunidade;
  • Valorização do patrimônio alimentar local é chave para a formação de identidades e combate à globalização alimentar sem personalidade;
  • Boas práticas de manipulação reduzem doenças e preocupações sanitárias;
  • Conexão com produtores locais fortalece a economia, estimula hábitos sustentáveis e diminui emissão de carbono pelo transporte de alimentos.

Tudo isso reforça o que já se aprende nos múltiplos cursos de educação ambiental e na formação de professores e gestores para uma educação integral e transformadora.

O ciclo: comida, saúde, cultura e inclusão

A alimentação na escola nunca é só biologia ou receita médica. É construção de afetos, cultura, celebração da diversidade, exercício de democracia – afinal, toda comunidade precisa adaptar-se, ouvir diferentes opiniões e conviver com o novo.

Grupo de pais, alunos e educadores em roda de diálogo sobre alimentação escolar. A escola e a alimentação mostram diariamente: não há caminho pronto. Há processos, tentativas, erros, aprendizados e muita vontade de acertar, especialmente quando se aposta na força da escuta e do diálogo com todos os atores envolvidos: gestores, cozinheiros, professores, famílias e, principalmente, estudantes.

Vale lembrar: alimentos aceitos e pratos vazios são resultado – quase sempre – de projetos que ouviram, valorizaram e respeitaram quem está no dia a dia da escola. Cada história de aceitação, cada nova receita incorporada, cada filho que pede, em casa, um legume diferente é uma pequena vitória coletiva.

Criança alimentada, estudante respeitado.

O futuro da alimentação escolar: utopia ou obrigação?

Fala-se em inovação, sustentabilidade, novas tecnologias, mas o básico ainda é atual: prato colorido, comida de verdade, ambiente acolhedor, respeito pela cultura regional e engajamento comunitário. O desafio do futuro está menos em inventar soluções totalmente novas e mais em aprimorar, ampliar e fortalecer iniciativas já em curso.

O cenário da alimentação escolar é complexo como toda boa história brasileira. Tem avanços, lacunas a serem preenchidas, conquistas que precisam ser defendidas. O papel das universidades, empresas, ONGs e da sociedade civil organizada é cada vez mais significativo. Mas o papel central segue sendo da escola como promotora de saúde, cultura e inclusão diária.

Conclusão

Cuidar da alimentação escolar é um compromisso que ultrapassa a cozinha da escola. Envolve gestores, educadores, famílias, agricultores, merendeiras, nutricionistas e, claro, os próprios alunos. É oportunidade de ensinar que saúde se constrói em conjunto, nas pequenas escolhas e grandes decisões.

O Brasil já apontou caminhos criativos e corajosos, com políticas públicas reconhecidas do PNAE, programas de educação nutricional e integração escola-comunidade. Mas cada escola, cada projeto, cada prato tem sua história. Os desafios seguem, as vitórias também.

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Saúde começa pelo prato. Transformação começa pela educação.

Perguntas frequentes

O que é alimentação escolar saudável?

Alimentação escolar saudável é aquela que garante diversidade, equilíbrio, valor nutricional adequado e preferência por alimentos minimamente processados. Baseia-se na oferta regular de frutas, verduras, legumes, cereais, proteínas, raízes e tubérculos, preferencialmente produzidos localmente e respeitando a cultura alimentar regional. Também inclui a participação dos estudantes na escolha dos cardápios e a educação para o consumo consciente e sustentável.

Como montar um cardápio nutritivo para escolas?

O segredo para cardápios escolares nutritivos envolve variedade de grupos alimentares, respeito às faixas etárias e atenção a possíveis restrições alimentares (alergias, intolerâncias, condições especiais). Um profissional de nutrição deve estar presente neste processo, equilibrando tipos de proteínas, fibras, carboidratos e gorduras de boa qualidade. Deve-se priorizar ingredientes frescos, evitar alimentos ultraprocessados e incluir receitas regionais. Rotatividade nos pratos e envolvimento dos alunos ajudam na aceitação e redução do desperdício.

Quais alimentos evitar nas merendas escolares?

É recomendado evitar produtos ultra processados como refrigerantes, sucos artificiais, salgadinhos, biscoitos recheados, embutidos e alimentos ricos em açúcar, gordura saturada ou sódio, conforme orientações dos órgãos de saúde. Esses itens podem prejudicar o desenvolvimento saudável, aumentando risco de obesidade e doenças crônicas. Prefira sempre opções naturais e pouco manipuladas.

Quem tem direito à merenda escolar gratuita?

No Brasil, segundo o PNAE, todos os estudantes da educação básica matriculados em escolas públicas, filantrópicas e conveniadas têm direito à alimentação escolar gratuita. Isso inclui crianças da creche até o ensino médio, assim como alunos da educação de jovens e adultos (EJA). Benefício visa garantir aprendizagem, permanência na escola e combate à insegurança alimentar.

Como a alimentação escolar influencia o aprendizado?

A qualidade da alimentação oferecida na escola tem impacto direto na concentração, memória, disposição e rendimento acadêmico dos alunos. Crianças bem alimentadas tendem a ter mais energia, maior participação nas atividades e melhor capacidade de aprender, enquanto a má alimentação pode gerar cansaço, irritabilidade, déficit de atenção e até evasão escolar. Por isso, investir em cardápios equilibrados é investir também na educação e no futuro das crianças.

Sobre o Autor

Fernando Vale
Fernando Vale

Fernando Vale é um profissional graduado em Administração e com MBA em Logística Empresarial. Atualmente, é sócio e diretor da Unova Cursos, uma empresa especializada em Educação a Distância (EAD) e Cursos Online. Com mais de uma década de experiência no mercado educacional, Fernando tem se empenhado em levar conhecimento de excelência para milhares de indivíduos em todo o território brasileiro.